domingo, 20 de junho de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Cobertura limitada das eleições.

A cobertura da mídia no que tange as eleições é majoritariamente excludente e polarizadora.

Quanto às eleições presidenciais, as matérias veiculadas reduzem o processo democrático ao confronto Dilma X Serra. Ou FHC X LULA.

E como ficam os outros candidatos? E como ficam as outras correntes políticas? Relegadas a blogs e sites? Porque esse caráter bipartidário, se o Brasil não é apenas bipartidário? Aliás, o mundo não é apenas bipartidário.

E quanto às eleições de governadores? E as de senadores? Parcela considerável da população, não sabe qual o papel, atributos, responsabilidades e importância de um senador. (E não me pergunte o que faz um senador).

Permito-me uma pergunta: A mídia se esforça em tornar a população mais informada? Pois é! A grande mídia, (e a pequena também), faz parecer que haverá somente eleições presidenciais. E por um acaso, isso é bom?

sábado, 5 de junho de 2010

Qual o discurso adotado pela esquerda e pela direita no caso da posição brasileira ante o programa nuclear iraniano?

Constatei uma acentuada polarização das visões apresentadas por setores da mídia ditos esquerdistas e ditos direitistas sobre o programa nuclear iraniano. (Não que a citada polarização seja uma surpresa. Mas seus benefícios a favor da opinião pública são questionáveis).

Vou começar pelos direitistas, que são mais divertidos. Os tais afirmam, em primeiro, que o Lula é um imbecil analfabeto e cachaceiro. Prosseguem dizendo que o Irã viola habitualmente os direitos humanos e emite declarações ameaçadoras e odiosas contra Israel. E enquanto isso, o Brasil estaria sendo cúmplice do governo do Teerã, ao abraçar com unhas e dentes a defesa do programa nuclear iraniano, que possuiria fins militares.

Comento: Os indícios levam a crer que certa parcela do que se convencionou chamar de elite ainda não se conforma de, (após oito anos), ter um operário e sindicalista como presidente. São preconceituosos e reacionários. Egoístas que inundam parcela da imprensa de lixo, para manter seus privilégios em detrimento do povo. Mas vamos ao que mais interessa nesse momento: Eu acredito que a questão referente ao programa nuclear do Irã seja mais complexa do que faz crer a direita e a esquerda. Mas destaque-se que parcela da imprensa mundial elogiou o acordo nuclear entre Brasil, Turquia e Irã. E ainda, um grupo de especialistas em política externa e não proliferação nuclear teria sugerido que França, EUA, Rússia e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) aceitassem o acordo sugerido pelo Brasil. Por outro lado, sabe-se realmente que a cúpula do governo Iraniano é, no mínimo, permissiva com a violência praticada contra os oposicionistas. E não termina por aí. De tempos em tempos o presidente iraniano manifesta sua insatisfação contra a simples existência do estado de Israel. A cotidiana violência de cunho político e as declarações estabanadas e de ódio do presidente iraniano são assuntos silenciados pela esquerda. (Talvez por conveniência). E não se pode silenciar quando o assunto é violência. Ufa.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,especialistas-pedem-que-potencias-considerem-acordo-nuclear-com-o-ira,560635,0.htm

E o que diz a esquerda? Simples: Afirma que o Brasil rejeitou a histórica posição de subserviente dos EUA. Outrora submisso, o Brasil liderado pelo torneiro mecânico, teria consolidado sua posição protagonista na política internacional. Quanto ao programa nuclear Iraniano, garantem seu viés pacifico. (Não sei que indícios levam os esquerdistas a terem TANTA certeza). E reforçam a idéia argumentando que o Iraque foi atacado sob a acusação de ter armas de destruição em massa, o que posteriormente não foi provado. E ainda, é defendido o direito de o Irã ter um programa nuclear, pois possuiriam aplicações médicas e outras favoráveis a nação. A esquerda sustenta que os EUA simplesmente querem deter o monopólio do mercado de urânio e, finalmente, que um país com mais de 5000 bombas nucleares não teria moral para impedir qualquer país de ter seu arsenal.

Novamente comento: É notório que o Brasil tem adotado uma posição mais independente e até mesmo protagonista na política internacional, como no caso do alardeado programa nuclear iraniano. E tal fato é corroborado pelo descontentamento manifesto da cúpula do governo americano. Mas infelizmente é público o ódio pregado por Teerã contra a simples existência do estado de Israel, insisto. E não é confortável para Israel desconfiar da intenção iraniana de ter armamento nuclear, por menor que seja a possibilidade. Assim, infelizmente não pode ser negado o direito de Israel de, ao menos, manifestar-se contra o programa iraniano. Por outro lado, o estado de Israel é um dos nove países do mundo no rol de detentores de armamentos nucleares. Então, que princípio moral dá a Israel (e os EUA) o direito de impedir o outro de ter armamento semelhante?

Enfim, permito-me encerrar com certo vazio, pois não tenho opinião incisiva quanto ao assunto. Aqui, a questão é a polarização das idéias em voga na grande mídia, dominado pela direita, e na internet, dividida entre progressistas e conservadores.

Só por uma questão de curiosidade, listo abaixo os nove países do mundo que possuem bombas nucleares:

EUA, com mais de 5000. (!!!!!!!!)
Rússia, que herdou o arsenal da União Soviética.
França, que estava do lado vencedor na segunda guerra mundial.
Reino Unido, também vencedora da segunda guerra mundial.
Israel.
China.
Índia.
Paquistão.
Coréia do Norte.


EUA, China, Reino Unido, Rússia e França fazem parte do conselho de segurança da ONU.

Ucrânia e África do Sul teriam desativado seus arsenais nucleares.

Japão e Alemanha, derrotadas na primeira guerra mundial, não possuem armas nucleares.

E o Brasil? É plenamente capaz de enriquecer urânio em qualidade e quantidade suficiente para construir bombas nucleares. Mas não o faz porque aderiu ao tratado de não proliferação de armas nucleares.

Mortes no mediterrâneo. Cheiro de impunidade.

Mais de uma dezena de assassinados em uma frota com destino a faixa de Gaza para levar suprimentos e material humano. A mesma informação é emanada por veículos de comunicação de diferentes posições políticas.

O conselho de segurança da ONU teria condenado o ataque e exigido investigação. Mas sinceramente, eu creio que o alarde oriundo do órgão se trata apenas de bravata perecível. E com uma ponta de hipocrisia.

Isso porque Israel habitualmente viola os direitos humanos. E quanto a isso, que medidas efetivamente têm sido adotadas pela ONU e pela apregoada comunidade internacional para combater as práticas criminosas da cúpula do governo israelense? E que não se confunda aqui a cúpula do governo com o povo de Israel, que são dignos de respeito como qualquer outro povo.

Retomo insistindo. Que efetivas ações são tomadas para frear o escandaloso sítio que os israelenses promovem contra os palestinos na faixa de Gaza? Pois sanção, embargo e punição são vocábulos válidos e aplicáveis apenas para países demonizados como Cuba, Irã, Coréia do Norte e, antes de 2004, (se não me engano), o Iraque.

Com o perdão do parêntese, eu li em certo site um leitor questionando se a repercussão internacional seria a mesma se apenas palestinos tivessem morrido.

Além de brutal, é burra a violenta política levada a cabo pela cúpula do governo Israelense. Isso porque fortalece o hamas, ao alimentar o ódio dos palestinos. (E ainda, desqualifica o povo israelense e sua história).

Peraí! Deixe-me organizar as idéias. Eu silenciosamente respeito e muito o estado de Israel. Mas não posso confundir a terra em si, e sua extraordinária história com o governo residente. Igualmente não posso confundir o sagrado terreno com as práticas violentas do exército israelense.

Para minha pessoa é motivo de admiração o fato de o estado de Israel, outrora, sobreviver e se desenvolver CERCADO de países hostis. Foram pelo menos quatro grandes guerras, e Israel não perdeu nenhuma. (Não vou mergulhar no fato de Israel ter recebido apoio dos EUA, da Inglaterra e da ONU).

Mas a situação mudou. Hoje se afirma que o Egito, (ao sul), e a Jordânia, (a leste), são aliados de Israel.

CERCADA se encontra a faixa de Gaza, (uma região menor do que a cidade do Rio, com uma população de aproximadamente 1,5 milhões de pessoas). A citada Gaza sobrevive ante um bloqueio intensificado no início de 2009. É difícil obter até água limpa. Isso sem falar na falta de remédios e comida. Qualquer navio de ajuda sempre é rechaçado do mar mediterrâneo pelos israelenses. Assim, insisto que Gaza está muito mais cercada por Israel do que Israel por países árabes, OUTRORA unânimes hostis. (Somente outrora).

Gaza é feita de pessoas. Feita de homens, mulheres, crianças, idosos. Uma terra que passa por necessidades humanas e que precisa ser respeitada. Os homens e mulheres precisam ser amados. Sem acepção e julgamento. É certo que há terroristas em Gaza. Mas não se pode admitir que um povo inteiro sofra e seja refém em razão da violência pregada e praticada por alguns. E refletindo, mesmo que todos fossem terroristas, com o perdão da hipótese absurda, que instituição ou governo pode julgar-se no direito de sentenciar tantos a agonia do cerco e do isolamento?

Pratica-se, em caráter oficial, a injustiça. E a injustiça em si deve ser condenada.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Repercusão de um certo blogueiro da editora Abril quanto aos assassinatos em frota no mediterrâneo.‏

(No detalhe acima, jornal que defende truculenta ação israelense é elogiado por blogueiro do Veja).
Inacreditável.


É a palavra que uso para definir texto publicado na revista Veja, obra de um Reinaldo Azevedo, sobre o ataque israelense a frota de navios que rumavam para Gaza.

Reinaldo desqualificou a frota, questionou seu viés pacífico, e criticou diretamente Celso Amorim por ter manifestado, em nota de protesto, repúdio ao episódio.
Elegi alguns trechos para tecer comentário. Eis o primeiro:

“Celso Amorim se acostumou a falar a parvos. Por que ele não explica que princípio do direito internacional autoriza que um bloqueio seja furado por “entidades internacionais”, sejam elas quais forem?”

Caro Reinaldo Azevedo. Em primeiro: A intervenção (violenta) perpetrada contra a frota ocorreu em águas internacionais. Em segundo: Mesmo que um bloqueio legal e legítimo, (algo difícil de imaginar), fosse furado, o que justificaria uma ação que produz dezenas de mortes? A truculência seria a única ação possível e inevitável?
“Mais: Israel já havia deixado claro que não permitiria a chegada da tal flotilha “da liberdade” (!?!?!?!) a Gaza.”
E o que dá a Israel o direito de IMPEDIR que qualquer barco aporte em Gaza?

“Reitero: ajuda humanitária organizada por Bülent Yildirim não passa de piada macabra, e o fim não poderia ser outro. Divulguei o filme da abordagem. Vejam lá, logo nos primeiros segundos, um grupo de “pacifistas”, como chama Amorim, jogando um soldado israelense do convés de cima para o debaixo. A intenção, obviamente, era matá-lo. Em nome da liberdade.”

Eu não sei se queriam matar o pobre soldado que entrou ARMADO no navio. Mas que reação se espera de pessoas que viajam em um barco que é invadido por soldados?

“Israel havia advertido há mais de uma semana que não permitiria que as embarcações chegassem a Gaza. Na abordagem, tentou convencer os militantes a mudar de rumo. Tudo em vão. Se a intenção era matar gente, poderiam tê-lo feito do alto, atirando do helicópero. Como as imagens deixam claro, os soldados são atacados pela turba quando descem no convés. E reagiram como… soldados. Alguma surpresa nisso?”

Aí eu concordo. Não há surpresa na ‘reação’ dos soldados. (Com o perdão das aspas). A quem ainda surpreende a violência praticada por Israel?
E finalmente, a triunfal conclusão:

“Era o que queriam Yildirim e o Hamas? Possivelmente, sim! Nem por isso Israel deveria deixar de fazer o que tinha de ser feito: impedir a flotilha furar o bloqueio. É simples e complexo assim.”

Ao que parece, Reinaldo Azevedo concorda com a manutenção do bloqueio imposto contra Gaza. Israel não pode deixar de fazer o que deve ser feito: Manter a população de Gaza, 1,5 milhões de pessoas, carecerem de remédios, água potável e alimentos. Para Azevedo, é simples e complexo assim.
Inacreditável, repito.

Abaixo, segue link da obra de arte: