sábado, 5 de junho de 2010

Mortes no mediterrâneo. Cheiro de impunidade.

Mais de uma dezena de assassinados em uma frota com destino a faixa de Gaza para levar suprimentos e material humano. A mesma informação é emanada por veículos de comunicação de diferentes posições políticas.

O conselho de segurança da ONU teria condenado o ataque e exigido investigação. Mas sinceramente, eu creio que o alarde oriundo do órgão se trata apenas de bravata perecível. E com uma ponta de hipocrisia.

Isso porque Israel habitualmente viola os direitos humanos. E quanto a isso, que medidas efetivamente têm sido adotadas pela ONU e pela apregoada comunidade internacional para combater as práticas criminosas da cúpula do governo israelense? E que não se confunda aqui a cúpula do governo com o povo de Israel, que são dignos de respeito como qualquer outro povo.

Retomo insistindo. Que efetivas ações são tomadas para frear o escandaloso sítio que os israelenses promovem contra os palestinos na faixa de Gaza? Pois sanção, embargo e punição são vocábulos válidos e aplicáveis apenas para países demonizados como Cuba, Irã, Coréia do Norte e, antes de 2004, (se não me engano), o Iraque.

Com o perdão do parêntese, eu li em certo site um leitor questionando se a repercussão internacional seria a mesma se apenas palestinos tivessem morrido.

Além de brutal, é burra a violenta política levada a cabo pela cúpula do governo Israelense. Isso porque fortalece o hamas, ao alimentar o ódio dos palestinos. (E ainda, desqualifica o povo israelense e sua história).

Peraí! Deixe-me organizar as idéias. Eu silenciosamente respeito e muito o estado de Israel. Mas não posso confundir a terra em si, e sua extraordinária história com o governo residente. Igualmente não posso confundir o sagrado terreno com as práticas violentas do exército israelense.

Para minha pessoa é motivo de admiração o fato de o estado de Israel, outrora, sobreviver e se desenvolver CERCADO de países hostis. Foram pelo menos quatro grandes guerras, e Israel não perdeu nenhuma. (Não vou mergulhar no fato de Israel ter recebido apoio dos EUA, da Inglaterra e da ONU).

Mas a situação mudou. Hoje se afirma que o Egito, (ao sul), e a Jordânia, (a leste), são aliados de Israel.

CERCADA se encontra a faixa de Gaza, (uma região menor do que a cidade do Rio, com uma população de aproximadamente 1,5 milhões de pessoas). A citada Gaza sobrevive ante um bloqueio intensificado no início de 2009. É difícil obter até água limpa. Isso sem falar na falta de remédios e comida. Qualquer navio de ajuda sempre é rechaçado do mar mediterrâneo pelos israelenses. Assim, insisto que Gaza está muito mais cercada por Israel do que Israel por países árabes, OUTRORA unânimes hostis. (Somente outrora).

Gaza é feita de pessoas. Feita de homens, mulheres, crianças, idosos. Uma terra que passa por necessidades humanas e que precisa ser respeitada. Os homens e mulheres precisam ser amados. Sem acepção e julgamento. É certo que há terroristas em Gaza. Mas não se pode admitir que um povo inteiro sofra e seja refém em razão da violência pregada e praticada por alguns. E refletindo, mesmo que todos fossem terroristas, com o perdão da hipótese absurda, que instituição ou governo pode julgar-se no direito de sentenciar tantos a agonia do cerco e do isolamento?

Pratica-se, em caráter oficial, a injustiça. E a injustiça em si deve ser condenada.

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