domingo, 20 de junho de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Cobertura limitada das eleições.

A cobertura da mídia no que tange as eleições é majoritariamente excludente e polarizadora.

Quanto às eleições presidenciais, as matérias veiculadas reduzem o processo democrático ao confronto Dilma X Serra. Ou FHC X LULA.

E como ficam os outros candidatos? E como ficam as outras correntes políticas? Relegadas a blogs e sites? Porque esse caráter bipartidário, se o Brasil não é apenas bipartidário? Aliás, o mundo não é apenas bipartidário.

E quanto às eleições de governadores? E as de senadores? Parcela considerável da população, não sabe qual o papel, atributos, responsabilidades e importância de um senador. (E não me pergunte o que faz um senador).

Permito-me uma pergunta: A mídia se esforça em tornar a população mais informada? Pois é! A grande mídia, (e a pequena também), faz parecer que haverá somente eleições presidenciais. E por um acaso, isso é bom?

sábado, 5 de junho de 2010

Qual o discurso adotado pela esquerda e pela direita no caso da posição brasileira ante o programa nuclear iraniano?

Constatei uma acentuada polarização das visões apresentadas por setores da mídia ditos esquerdistas e ditos direitistas sobre o programa nuclear iraniano. (Não que a citada polarização seja uma surpresa. Mas seus benefícios a favor da opinião pública são questionáveis).

Vou começar pelos direitistas, que são mais divertidos. Os tais afirmam, em primeiro, que o Lula é um imbecil analfabeto e cachaceiro. Prosseguem dizendo que o Irã viola habitualmente os direitos humanos e emite declarações ameaçadoras e odiosas contra Israel. E enquanto isso, o Brasil estaria sendo cúmplice do governo do Teerã, ao abraçar com unhas e dentes a defesa do programa nuclear iraniano, que possuiria fins militares.

Comento: Os indícios levam a crer que certa parcela do que se convencionou chamar de elite ainda não se conforma de, (após oito anos), ter um operário e sindicalista como presidente. São preconceituosos e reacionários. Egoístas que inundam parcela da imprensa de lixo, para manter seus privilégios em detrimento do povo. Mas vamos ao que mais interessa nesse momento: Eu acredito que a questão referente ao programa nuclear do Irã seja mais complexa do que faz crer a direita e a esquerda. Mas destaque-se que parcela da imprensa mundial elogiou o acordo nuclear entre Brasil, Turquia e Irã. E ainda, um grupo de especialistas em política externa e não proliferação nuclear teria sugerido que França, EUA, Rússia e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) aceitassem o acordo sugerido pelo Brasil. Por outro lado, sabe-se realmente que a cúpula do governo Iraniano é, no mínimo, permissiva com a violência praticada contra os oposicionistas. E não termina por aí. De tempos em tempos o presidente iraniano manifesta sua insatisfação contra a simples existência do estado de Israel. A cotidiana violência de cunho político e as declarações estabanadas e de ódio do presidente iraniano são assuntos silenciados pela esquerda. (Talvez por conveniência). E não se pode silenciar quando o assunto é violência. Ufa.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,especialistas-pedem-que-potencias-considerem-acordo-nuclear-com-o-ira,560635,0.htm

E o que diz a esquerda? Simples: Afirma que o Brasil rejeitou a histórica posição de subserviente dos EUA. Outrora submisso, o Brasil liderado pelo torneiro mecânico, teria consolidado sua posição protagonista na política internacional. Quanto ao programa nuclear Iraniano, garantem seu viés pacifico. (Não sei que indícios levam os esquerdistas a terem TANTA certeza). E reforçam a idéia argumentando que o Iraque foi atacado sob a acusação de ter armas de destruição em massa, o que posteriormente não foi provado. E ainda, é defendido o direito de o Irã ter um programa nuclear, pois possuiriam aplicações médicas e outras favoráveis a nação. A esquerda sustenta que os EUA simplesmente querem deter o monopólio do mercado de urânio e, finalmente, que um país com mais de 5000 bombas nucleares não teria moral para impedir qualquer país de ter seu arsenal.

Novamente comento: É notório que o Brasil tem adotado uma posição mais independente e até mesmo protagonista na política internacional, como no caso do alardeado programa nuclear iraniano. E tal fato é corroborado pelo descontentamento manifesto da cúpula do governo americano. Mas infelizmente é público o ódio pregado por Teerã contra a simples existência do estado de Israel, insisto. E não é confortável para Israel desconfiar da intenção iraniana de ter armamento nuclear, por menor que seja a possibilidade. Assim, infelizmente não pode ser negado o direito de Israel de, ao menos, manifestar-se contra o programa iraniano. Por outro lado, o estado de Israel é um dos nove países do mundo no rol de detentores de armamentos nucleares. Então, que princípio moral dá a Israel (e os EUA) o direito de impedir o outro de ter armamento semelhante?

Enfim, permito-me encerrar com certo vazio, pois não tenho opinião incisiva quanto ao assunto. Aqui, a questão é a polarização das idéias em voga na grande mídia, dominado pela direita, e na internet, dividida entre progressistas e conservadores.

Só por uma questão de curiosidade, listo abaixo os nove países do mundo que possuem bombas nucleares:

EUA, com mais de 5000. (!!!!!!!!)
Rússia, que herdou o arsenal da União Soviética.
França, que estava do lado vencedor na segunda guerra mundial.
Reino Unido, também vencedora da segunda guerra mundial.
Israel.
China.
Índia.
Paquistão.
Coréia do Norte.


EUA, China, Reino Unido, Rússia e França fazem parte do conselho de segurança da ONU.

Ucrânia e África do Sul teriam desativado seus arsenais nucleares.

Japão e Alemanha, derrotadas na primeira guerra mundial, não possuem armas nucleares.

E o Brasil? É plenamente capaz de enriquecer urânio em qualidade e quantidade suficiente para construir bombas nucleares. Mas não o faz porque aderiu ao tratado de não proliferação de armas nucleares.

Mortes no mediterrâneo. Cheiro de impunidade.

Mais de uma dezena de assassinados em uma frota com destino a faixa de Gaza para levar suprimentos e material humano. A mesma informação é emanada por veículos de comunicação de diferentes posições políticas.

O conselho de segurança da ONU teria condenado o ataque e exigido investigação. Mas sinceramente, eu creio que o alarde oriundo do órgão se trata apenas de bravata perecível. E com uma ponta de hipocrisia.

Isso porque Israel habitualmente viola os direitos humanos. E quanto a isso, que medidas efetivamente têm sido adotadas pela ONU e pela apregoada comunidade internacional para combater as práticas criminosas da cúpula do governo israelense? E que não se confunda aqui a cúpula do governo com o povo de Israel, que são dignos de respeito como qualquer outro povo.

Retomo insistindo. Que efetivas ações são tomadas para frear o escandaloso sítio que os israelenses promovem contra os palestinos na faixa de Gaza? Pois sanção, embargo e punição são vocábulos válidos e aplicáveis apenas para países demonizados como Cuba, Irã, Coréia do Norte e, antes de 2004, (se não me engano), o Iraque.

Com o perdão do parêntese, eu li em certo site um leitor questionando se a repercussão internacional seria a mesma se apenas palestinos tivessem morrido.

Além de brutal, é burra a violenta política levada a cabo pela cúpula do governo Israelense. Isso porque fortalece o hamas, ao alimentar o ódio dos palestinos. (E ainda, desqualifica o povo israelense e sua história).

Peraí! Deixe-me organizar as idéias. Eu silenciosamente respeito e muito o estado de Israel. Mas não posso confundir a terra em si, e sua extraordinária história com o governo residente. Igualmente não posso confundir o sagrado terreno com as práticas violentas do exército israelense.

Para minha pessoa é motivo de admiração o fato de o estado de Israel, outrora, sobreviver e se desenvolver CERCADO de países hostis. Foram pelo menos quatro grandes guerras, e Israel não perdeu nenhuma. (Não vou mergulhar no fato de Israel ter recebido apoio dos EUA, da Inglaterra e da ONU).

Mas a situação mudou. Hoje se afirma que o Egito, (ao sul), e a Jordânia, (a leste), são aliados de Israel.

CERCADA se encontra a faixa de Gaza, (uma região menor do que a cidade do Rio, com uma população de aproximadamente 1,5 milhões de pessoas). A citada Gaza sobrevive ante um bloqueio intensificado no início de 2009. É difícil obter até água limpa. Isso sem falar na falta de remédios e comida. Qualquer navio de ajuda sempre é rechaçado do mar mediterrâneo pelos israelenses. Assim, insisto que Gaza está muito mais cercada por Israel do que Israel por países árabes, OUTRORA unânimes hostis. (Somente outrora).

Gaza é feita de pessoas. Feita de homens, mulheres, crianças, idosos. Uma terra que passa por necessidades humanas e que precisa ser respeitada. Os homens e mulheres precisam ser amados. Sem acepção e julgamento. É certo que há terroristas em Gaza. Mas não se pode admitir que um povo inteiro sofra e seja refém em razão da violência pregada e praticada por alguns. E refletindo, mesmo que todos fossem terroristas, com o perdão da hipótese absurda, que instituição ou governo pode julgar-se no direito de sentenciar tantos a agonia do cerco e do isolamento?

Pratica-se, em caráter oficial, a injustiça. E a injustiça em si deve ser condenada.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Repercusão de um certo blogueiro da editora Abril quanto aos assassinatos em frota no mediterrâneo.‏

(No detalhe acima, jornal que defende truculenta ação israelense é elogiado por blogueiro do Veja).
Inacreditável.


É a palavra que uso para definir texto publicado na revista Veja, obra de um Reinaldo Azevedo, sobre o ataque israelense a frota de navios que rumavam para Gaza.

Reinaldo desqualificou a frota, questionou seu viés pacífico, e criticou diretamente Celso Amorim por ter manifestado, em nota de protesto, repúdio ao episódio.
Elegi alguns trechos para tecer comentário. Eis o primeiro:

“Celso Amorim se acostumou a falar a parvos. Por que ele não explica que princípio do direito internacional autoriza que um bloqueio seja furado por “entidades internacionais”, sejam elas quais forem?”

Caro Reinaldo Azevedo. Em primeiro: A intervenção (violenta) perpetrada contra a frota ocorreu em águas internacionais. Em segundo: Mesmo que um bloqueio legal e legítimo, (algo difícil de imaginar), fosse furado, o que justificaria uma ação que produz dezenas de mortes? A truculência seria a única ação possível e inevitável?
“Mais: Israel já havia deixado claro que não permitiria a chegada da tal flotilha “da liberdade” (!?!?!?!) a Gaza.”
E o que dá a Israel o direito de IMPEDIR que qualquer barco aporte em Gaza?

“Reitero: ajuda humanitária organizada por Bülent Yildirim não passa de piada macabra, e o fim não poderia ser outro. Divulguei o filme da abordagem. Vejam lá, logo nos primeiros segundos, um grupo de “pacifistas”, como chama Amorim, jogando um soldado israelense do convés de cima para o debaixo. A intenção, obviamente, era matá-lo. Em nome da liberdade.”

Eu não sei se queriam matar o pobre soldado que entrou ARMADO no navio. Mas que reação se espera de pessoas que viajam em um barco que é invadido por soldados?

“Israel havia advertido há mais de uma semana que não permitiria que as embarcações chegassem a Gaza. Na abordagem, tentou convencer os militantes a mudar de rumo. Tudo em vão. Se a intenção era matar gente, poderiam tê-lo feito do alto, atirando do helicópero. Como as imagens deixam claro, os soldados são atacados pela turba quando descem no convés. E reagiram como… soldados. Alguma surpresa nisso?”

Aí eu concordo. Não há surpresa na ‘reação’ dos soldados. (Com o perdão das aspas). A quem ainda surpreende a violência praticada por Israel?
E finalmente, a triunfal conclusão:

“Era o que queriam Yildirim e o Hamas? Possivelmente, sim! Nem por isso Israel deveria deixar de fazer o que tinha de ser feito: impedir a flotilha furar o bloqueio. É simples e complexo assim.”

Ao que parece, Reinaldo Azevedo concorda com a manutenção do bloqueio imposto contra Gaza. Israel não pode deixar de fazer o que deve ser feito: Manter a população de Gaza, 1,5 milhões de pessoas, carecerem de remédios, água potável e alimentos. Para Azevedo, é simples e complexo assim.
Inacreditável, repito.

Abaixo, segue link da obra de arte:

sábado, 29 de maio de 2010

04 de junho. Dia internacional da criança vítima de violência.


Nesse momento, em alguma parte do Brasil, alguma criança está sofrendo agressões e torturas. E a impunidade e a covardia encontram refugio no anonimato. E pergunto de primeira: O que fazer? Como efetivamente combater este mal? Como identificar agressões? Como prevenir?

Creio que toda escola, seja pública seja privada deveria ter um programa efetivo para identificação de crianças que sofrem agressões. Os corpos de crianças submetidas a maus tratos denunciam, provavelmente, a violência praticada. E ainda, o comportamento de tais crianças provavelmente apresenta sensíveis alterações. Ainda na esfera comportamental, a criança tende a manifestar um comportamento arredio ou excessivamente tímido.

Uma vez identificado o problema, o órgão público competente deveria ser acionado e, por conseguinte, medidas duras devem ser adotadas. Sem o inconveniente mergulho em burocracias.

Não sou nenhum especialista em pedagogia, educação infantil e assuntos afins. Mas creio que a escola brasileira pode e muito prevenir e combater a violência física cometida contra crianças.

Mas não adianta esperar a boa vontade do governo, a despeito de suas obrigações legais. Faz-se necessário uma grande mobilização acerca do assunto. Mobilização que envolva a sociedade, ONGs, imprensa.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um desafio humano.


Os desafios fazem parte de nossas vidas. Alguns são simples. Outros, complexos. Alguns, óbvios, outros, subliminares. Alguns podem ser postergados. Outros são urgentes. Alguns estão no exterior. Outros estão dentro de nós.

Existem desafios para todas as faixas etárias. Para gêneros. Para governos. Para nós.

Levantar da cama, após o estridente despertador, não deixa de ser um desafio. Para quem habita em grandes cidades, pegar um ônibus rumo ao trabalho não deixa de ser um desafio diário. Manter o bom humor também.

Pois bem. Crescemos sendo desafiados sob uma ótica burguesa: “Precisamos estudar/trabalhar para ser alguém na vida”. Assim, tomando como verdadeiro o termo anterior, concluo, por uma noção de lógica, que aquele que não estuda e trabalha não pode ser classificado com alguém. Por desdobramento, é um ‘ninguém’.

O problema em si não é, meramente, “estudar/trabalhar”. Não convém mergulhar em síndrome de seu madruga. Mas é certo que nossos corpos e mentes, muitas vezes, são dirigidos para servir a interesses burgueses. E pergunto com todo respeito: Onde está nossa parte justa nesse serviço?

Existem dois equívocos do adágio “batalhar para ser alguém”. Primeiro: Em nossa sociedade, estudar/trabalhar não garante que qualquer pessoa seja classificada como “alguém”. Segundo: Os milhões de indigentes e esfomeados, sejam homens e mulheres, sejam crianças e adultos, são “alguém” sim. São seres humanos, detentores de direitos. Muitos não tiveram sua oportunidade no “livre mercado”. Muitos não nasceram com berço de ouro. Mas devem ser respeitados, a despeito da cotidiana ignorância que sofrem.

Retomando: Os desafios de caráter particular, pelo qual somos bombardeados diuturnamente, sobrepõem-se aos desafios coletivos e mais humanos em nossa sociedade. Desafios e necessidades particulares impostas enfraquecem aquilo que realmente deveria ser estabelecido com desafio cotidiano: Combater a pobreza.

Assim, fracassamos em um curioso desafio: Saber discernir prioridades. Mas de todo modo, vivemos mergulhados num sistema burguês. E nesse sistema precisamos sobreviver. E sobreviver é difícil. Assim, sobra pouco tempo para o ‘outro’, para o coletivo.

Desse modo, a pobreza se reproduz. Isso perante eloquente voz do individualismo: Mais do que um defeito, uma (quase) necessidade dos nossos dias.

Conta-se que dia 24 de maio foi o dia do detento. (????????!!!!!)


...

Em uma sociedade perfeita não haveria prisões, pois não haveria transgressores. Mas a reflexão é meramente utópica.

Diz o conto de fadas urbano que o sujeito que representa perigo para a sociedade deve ser afastado da coletividade. Conta-se ainda que tal sujeito, para reparar determinado erro, deve ser mantido preso, como forma de castigo. E ainda, as detenções possuiriam um caráter educador, voltado para a socialização, de modo que o sujeito outrora preso possa reingressar a sociedade transformado.

E prosseguindo com o conto de fadas, tudo realizado sob o manto de um judiciário isento e imparcial.

Mas, pulando da retórica distante para a realidade, se constata que as cadeias parecem um imã mais propenso a atrair negros do que brancos. Um imã mais propenso a atrair pobres do que qualquer outra coisa. E o caráter educador? Piada para quem tem um mínimo senso de realidade. Os presos são submetidos a torturas e maus tratos, ridicularizando assim nossa constituição. Presos de menor periculosidade convivem com presos violentos. E em vez da pretensa socialização, formam-se indivíduos mais revoltados, violentos, e com mais conhecimentos voltados para o crime.


O problema ligado as prisões decorrem, em primeiro, de um executivo sem envergadura administrativa para alocar recursos com mais eficiência. Ainda reside certa negligência, inércia e indolência do governo. O legislativo não fiscaliza e não cobra devidamente, isto é certo. Mas lanchar flechas maniqueístas contra o governo não ajuda a resolver a situação. O problema tem origens mais amplas e profundas. Vejamos: A imprensa não atenta devidamente para as condições dos detentos. Cotidianamente a tortura é praticada, e permanece covardemente escondida. Pipoca uma rebelião aqui, vendem-se jornais ali, realizam-se umas bravatas aqui, promete-se providências ali, e bola para frente. As profundas razões da tragédia do nosso sistema prisional não são investigadas. Não há uma cobrança efetiva e sistemática da imprensa, que deveria ser um instrumento a serviço dos verdadeiros interesses do povo. E ainda, não se vê também mobilização da sociedade. Aqueles que possuem voz se calam, e aderem a subterfúgios supérfluos de uma mídia rica em produtos e vazia em idéias. Parte da população, por sua vez, aplaude o discurso nazista de políticos que defendem repressão, repressão e repressão. Castigo, castigo e castigo. Tortura, tortura e tortura.

Assim, a sociedade alimenta um ciclo vicioso, pois as cadeias reproduzem a violência, liberando sentimentos de ódio contra a própria sociedade. E a violência é respondida com violência. E a violência gera violência, com o perdão do clichê.

E se falta para a sociedade uma mínima noção de humanismo, que haja pelo menos noção de pragmatismo. Pois a população quer viver em paz, certo? Certo! Os criminosos hoje preso, de uma forma ou de outra voltarão para a sociedade, certo? Certo! Um sistema carcerário falido não cumpre sua função educadora, de socialização, certo? Certo! Se não educa, voltarão criminosos armados de ódio para a sociedade, certo? Certo! Se a sociedade quer viver em paz, ela não quer criminosos armados de ódio, certo? Certo! E para tanto, se faz necessário, finalmente, um viés educador nas cadeias, certo? Certo! Então, que haja um programa de socialização, já que eles vão voltar mesmo. Um recado para certa direita brasileira: Já que não é possível matar todo mundo na cadeia, que sejam transformados. E finalmente, que a constituição seja cumprida.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O perigo das novelas. Parte I.


Entrei no site da globo.com e deparei-me com a seguinte manchete: “'Passione': hoje tem 1ª noite de Diana e Gerson

Esta supostamente corriqueira manchete esconde armamento com poder de fogo suficiente para promover estragos nos conceitos mais elementares de moral. E, diga-se de passagem, nossa noção de moral tem sido (ao longo dos anos) sitiada por um poderoso exército de produções na mídia, que insiste em atacar as muralhas da decência.

É o que ocorre hoje em dia. O politicamente correto vem sendo desqualificado, ridicularizado, encolhido por forças supridas de falsos intelectuais e anos de produções globais da família Marinho.

Mais uma vez, o mocinho da novela apresenta comportamento, no mínimo, arriscado. E o perigo reside no fato de ser justamente o mocinho a apresentar o destacado comportamento. Afinal o mocinho, protegido pelos diques do maniqueísmo, sempre age com correção. Aliás, ver o mocinho errar é algo simplesmente absurdo para os olhos de milhões que perdem seu tempo frente ao encantamento da TV.

O que o mocinho faz é o correto, acima de contestação. Essa é a idéia transmitida. Sabe-se que a rede Globo é dotada do mesmo espírito de parcela da igreja católica da idade média, que ensinava que “a vontade de Deus é que uns sejam ricos, outros sejam pobres”. Para o bem da boa explicação, destaque-se que a eficácia da igreja católica de outrora para transmitir e manter idéias absurdas é a mesma da rede Globo de hoje.

O comportamento de promiscuidade dos protagonistas se repete novela após novela, como uma maldição crônica. E aos poucos a juventude aprende que a cautela, a prevenção e o “guardar” é obsoleto, ultrapassado. Numa absurda inversão de valores, o que se guarda é ultrapassado, antiquado. E as lanças contrárias a integridade são arremessadas de segunda a sábado, através da tela da TV, contra os passivos expectadores, que acreditam serem os protagonistas sujeitos idôneos e respeitáveis.

O que poucos sabem é que as emissoras ditas abertas funcionam por meio de concessões do governo. Assim, Desde a Globo até a Record, passando pela Band, dependem da autorização governamental para funcionar.

A despeito do que nos faz crer as programações televisivas de mau gosto e seus valores discutíveis, a TV é, ou melhor, deveria ser um instrumento para servir ao bem da coletividade. O cidadão precisa de informações relevantes para sua vida, precisa ouvir a opinião da multiplicidade política residente em qualquer país do mundo.

Mas percebe-se que o conteúdo televisivo atropela o benéfico serviço que os canais abertos têm a obrigação de oferecer.

O genocídio moral promovido dia-a-dia é possível em razão da omissão do poder público de fiscalizar e exigir uma programação mais coerente com as reais necessidades da população. Não se trata de nazismo. Não se trata de ditadura, de censura, de controle. Liberdade pressupõe responsabilidade. E a retórica de liberdade não pode ser usada como gambiarra para justificar a liberdade total da TV. Liberdade para lançar toneladas de explosivos imorais e de mau gosto contra o desenvolvimento de nossa juventude.

A indolência estatal é o combustível que faz avançar a hipócrita idéia de que a TV deve ter liberdade para funcionar. E por um acaso pode ser permitida a liberdade para arrasar a educação de nossas crianças e juventude?

Vemos a conveniente covardia daqueles que foram constituídos para defender nossos filhos. Nosso futuro. Conveniente covardia do governo. Covardia de escusos interesses políticos.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

H1N1 + TWITTER + GRANDE IMPRENSA = CONFUSÃO


Cada indivíduo deveria tomar a vacina contra a nova gripe, fornecida pelo governo, por dois motivos: Prudência e senso de coletividade. Prudência por que a vacina evita que o indivíduo adoeça pela doença em questão. Senso de coletividade por que o individuo "infectado" pode disseminar a doença para seus entes queridos, bem como pessoas desconhecidas, com conseqüências potencialmente trágicas.

De qualquer modo, no Brasil e no mundo, centenas morreram. E o governo não está promovendo uma campanha de vacinação pelo prazer de furar o braço esquerdo das pessoas.

De inicio, pretendo comentar a atuação das chamadas novas mídias no contexto da campanha de vacinação. Então vamos:.

A OMS manifestou sua preocupação e descontentamento quanto à atuação das novas mídias, (por exemplo o Twitter), referente ao combate da gripe H1N1. Críticas e especulações estariam atrapalhando os esforços dos governos do mundo ante a difícil tarefa de convencer as pessoas a tomarem as vacinas.


E anida, no dia 29/04/2010, uma colega minha afirmou que um amigo decidiu não tomar a vacina. Isso em razão de um e-mail que “denuncia” a existência de uma substância química na composição da vacina que seria prejudicial a saúde.

Boataria!

Besteira!

Assim, questionei o porquê das pessoas não acreditarem na necessidade de tomar a vacina. Questionei o porquê das pessoas acreditarem tanto em qualquer e-mail. Questionei o porquê das pessoas não acreditarem na campanha do governo e na opinião manifestada por especialistas na grande imprensa.

Ocorre que horas depois, dentro do ônibus, como num estalo, cheguei a uma conclusão: No fundo, o "povo" não vê mais a devida credibilidade da grande imprensa. Mais fácil é acreditar que os e-mails estão corretos. Mais fácil é acreditar que as informações do Twitter são verdadeiras. Afinal, internalizou-se a “verdade” de que a Rede Globo é “manipuladora” e os jornais são mentirosos.

(Para o bem da boa explicação, ressalte-se que eu acredito piamente que a Rede Globo, de tempos em tempos, adota práticas sutis e habilidosas para influenciar a opinião pública).

Por outro lado, na chamada nova mídia, existem muitos irresponsáveis, muitos ignorantes, e muitos tumultuadores.

E PORQUE AS PESSOAS ESTÃO ADERINDO COM TANTO ÂNIMO À NOVA MÍDIA? POR QUE AS PESSOAS ESTÃO ACREDITANDO EM INFORMAÇÕES DISSEMINADAS POR E-MAILS, PELO TWITTER E ETC?

Bom, a pergunta acima eu pretendo tentar responder daqui a pouco.

Ocorre que a imprensa deveria servir ao interesse da coletividade. Deveria ter utilidade pública. Suas informações deveriam ser honestas e sinceras.

Porém, a grande imprensa obedece aos interesse dos seus acionistas. A grande mídia serve a interesses políticos, a partidos e a bandeiras. E freqüentemente aqueles interesses são exercidos habilidosa e sutilmente.

Muitos cresceram assistindo e recebendo a influência da imprensa sobre a própria opinião e consciência. Isso teve resultado. Agora, as pessoas tendem a acionar o “desconfiometro” sempre que estão diante de uma matéria jornalística. Historicamente, a imprensa brasileira não respeitou a opinião e consciência do público. E agora, o público não respeita a imprensa.

ASSIM, INCONSCIENTEMENTE, EM TEMPOS DE TWITTER, ORKUT E E-MAILS, AS PESSOAS BUSCAM REFÚGIO EM NOVAS FONTES DE INFORMAÇÃO. E ISSO, EM PARTE, RESPONDE A PERGUNTA FEITA MAIS ACIMA. EM OUTRAS PALAVRAS, AS MÍDIAS NOVAS REPRESENTAM UMA OPÇÃO PARA CUMPRIR O PAPEL DE INFORMAR COM HONESTIDADE. PAPEL NÃO CUMPRIDO PELA GRANDE IMPRENSA.

(Com dificuldade, tento relacionar a ingrata tarefa do governo de obter a adesão do povo quanto à vacinação com a falta de credibilidade da grande imprensa, alimentada por anos de jornalismo parcial e tendencioso. E ainda, essa falta de credibilidade leva as pessoas a abraçarem as novas mídias, sem o mínimo de pensamento crítico e ainda com muita ingenuidade).

Mas qualquer pessoa pode enviar e-mails, pode “orkutar”, pode “Twittar”. Assim, as informações emanadas nesses novos canais refletirão cabeças responsáveis e sensatas, bem como boateiros e irresponsáveis. Então, precisamos ter cuidado, ao ler qualquer material da internet e das novas mídias.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Quantos milagres?


É interessante que o evento evangélico realizado na enseada de Botafogo seja valorizado. E se os evangélicos não assumirem a posição de defender a citada reunião, que instituição, que líder, que sujeito a defenderá?

A reunião foi organizada pela Universal, mas não foi estritamente uma reunião da Universal. Foi à reunião da Igreja de Jesus, acima de tudo. E aqueles que depositaram a fé em Jesus, acima de denominação, foram abençoados.

E imaginem quantas pessoas foram positivamente atingidas? Imagine se, em média, cada pessoa orou por, digamos, três pessoas?

Multidões marcharam na direção de Jesus. Então, imagine quantos milagres?

Os trocadilhos e ofensas do O Globo contra evento evangélico.

(Foto publicada no site do O GLobo).

(Em primeiro, é imprescindível explicar a "história" da foto acima. O Globo usou expressões ofensivas em conjunto com fotografias para atacar evento evangélico ocorrido na enseada de Botafogo. A foto acima se trata da imagem de um monte de lixo, capturada em close. A foto induz o leitor do jornal a concluir que a praia ficou imunda após evento evangélico. Mas pense comigo: Se realmente a praia ficasse tão imunda, seria mais interessante usar uma fotografia aérea. ou pelo menos, uma fotografia que capturasse uma extensão maior da areia).


(Texto abaixo teve como base matéria transmitida na televisão, com acréscimos. Segue abaixo link para acessar a matéria).




Uns trocadilhos infames. Uma comparação absurda. Umas ofensas... Esses foram os “recursos” adotados pelo O Globo para acintosamente desqualificar evento evangélico ocorrido na enseada de Botafogo.

Abaixo seguem dois textos usados pelo O Globo para “arquitetar” uma comparação absurda entre o citado evento e as chuvas ocorridas no inicio de abril deste ano. (2010)

“CAOS NO RIO DE NOVO SURPREENDE AUTORIDADES.”

“DUAS SEMANAS APÓS O TEMPORAL QUE PAROU O RIO, A CIDADE VIVEU ONTEM NOVO DIA DE CAOS, COM ENGARRAFAMENTOS EM TODO O CENTRO E ZONA SUL.”


O Globo comparou o evento da enseada de botafogo a uma chuva que matou mais de duas centenas de pessoas e deixou milhares de desabrigados.

E também, O Globo usou trocadilhos para atacar evento:

“TRÂNSITO AMARRADO”

“‘QUE GOVERNO É ESTE QUE TRANSFORMA O FERIADO DAS PESSOAS EM UM INFERNO’?”

“O EVENTO ERA DA IGREJA MAS A VISÃO ERA DO INFERNO.”

(Percebi algo “interessante”: O Globo, pelo menos duas vezes, adotou o termo “inferno” para desqualificar o evento evangélico, conforme se vê destacado acima).

houveram ainda mais ofensas, conforme se observa abaixo:

“INQUÉRITO APURA RESPONSÁVEL POR CAOS DURANTE MEGACULTO.”

“RECEITA DO CAOS”

“UNIVERSAL ABUSOU”

Cobertura ofensiva do jornal constitui burrice. O Globo, agindo desse modo, desqualifica a própria imagem. É um tiro pela culatra.

Por fim, as ofensas não são dirigidas contra, estritamente,
a Igreja Universal. Pois cantores e membros de outras denominações também ajudaram a promover as reuniões no Rio e no Brasil e participaram do evento. As ofensas são direcionadas contra os evangélicos.

sábado, 24 de abril de 2010

Eles sempre tentam nos enrolar.


A despeito do discurso hipócrita de parcela considerável da chamada grande imprensa, a atuação do jornalismo brasileiro não é pautado pela isenção e neutralidade. A TV, os grandes jornais e as revistas sempre possuem um candidato nas eleições, sempre defendem uma bandeira, sempre adotam uma causa. E a defesa de determinada tese sempre ocorre implicitamente, evidentemente para não ferir a aparência de imparcialidade.

Exemplo "épico" de defesa de determinado político encontra-se exposta na foto acima, de matéria publicada pela revista Veja, que junto com matérias veiculadas pela Rede Globo, ajudou a tornar o Collor mais conhecido em todo o país.

Ao menos, precisamos ter a convicção que determinadas matérias publicadas nos diversos meios de comunicação, apesar do tom profissional carregado da aparência de isenção, estão tentando nos convencer de algo. Para ser mais preciso, sempre estão tentando nos enrolar.

Por fim, não vejo sinais que me levem a crer que a conduta de parcela da imprensa será diferente nessas eleições.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A despeito do que faz aparentar a Globo, Brasília não é feita apenas de construções magníficas.







Bom, a reeeeeede glooooobo, em seu site, tem tratado os 50 anos de Brasília em clima de festa e comemoração.

Mas festejar o que?

Comemorar o que?

Até tentei encontrar alguma matéria no site da globo.com com alguma visão crítica acerca do aniversário de Brasília, mas não encontrei.

Bom, mas como esse blog não é o site da globo, resolvi "publicar" algumas fotos que seriam de favelas de Brasília, e que estariam em um jornal eletrônico dos EUA. (New York Times).

Afinal, a despeito do que faz aparentar a Glooooooooobo, Brasília não é feita apenas de construções magníficas.

A Disney em brasilia. Para quê?


Está no site da rede gloooooooooooooooooooooooobo de televisão:

“Aniversário de Brasília tem parada Disney na Esplanada dos Ministérios”

Quanto ao desfile ridículo, cabem algumas poucas perguntas:

Qual a necessidade de colocar personagens americanos?
Cadê os personagens brasileiros? Não há?

E cadê nossa cultura? Não há?

Mais uma vez, fica evidente que não valorizamos devidamente o que temos. Não valorizamos o que é nosso.

De qualquer modo, convenhamos: Nunca veremos parada da turma da Mônica no aniversário de Washington.
Nunca!

domingo, 18 de abril de 2010

Você sabia que trabalha para o banco?

Imaginem o seguinte “ritual”. Eu penetro no banco para pagar uma determinada conta. Como não tenho tempo a perder, em razão da correria cotidiana, resolvo quitar a obrigação no caixa eletrônico, em vez do (digamos) caixa convencional. Insiro meu cartão, “navego” nos menus, e logo sou solicitado pela máquina a inserir o código de barras em uma espécie de feixe de luz vermelho. Porém, fracasso após algumas tentativas. Assim, sou convidado a digitar um número de dezenas e dezenas de algarismos e, FINALMENTE, conta quitada.

Vejamos: Eu acabo de realizar o trabalho que deveria ser executado por um funcionário do banco. Na pratica, eu trabalhei para o banco.

Vamos analisar a questão: Em repetidas vezes, precisamos enfrentar filas DESNECESSÁRIAS para obter o atendimento do “caixa convencional” do banco. (Destaco que as filas são desnecessárias, porque tenho plena convicção que os principais bancos, (Itaú/Unibanco, Santander/Real, Bradesco...), possuem condições financeiras e espaço para colocar mais terminais para atender os clientes. Alguém duvida?)

Mas, diante das filas consideráveis, acabamos aos poucos aderindo aos caixas eletrônicos.

Assim, para que instalar mais “caixas convencionais”, se os clientes podem realizar o trabalho que deveria ser executado pelo banco? Para que contratar mais funcionários, e ter mais obrigações trabalhistas? Mais dor de cabeça? Isso interessa para os banqueiros?

Mas alguns podem dizer: “Mas eu não me incomodo de usar o caixa eletrônico para pagar contas, para efetuar depósitos e para outros serviços”. Os banqueiros também não. Na verdade, eles tacitamente agradecem. Isso representa menos custo. O nosso “trabalho” diante do caixa eletrônico diminui os gastos dos bancos. Em resumo, mais trabalhos para os clientes, menos custos para os bancos.

Outros ainda podem dizer algo: “Mas para mim é indiferente pagar no caixa eletrônico ou na boca do caixa”. Para os banqueiros não. Eles preferem que você use BASTANTE o caixa eletrônico e deixe para lá a tal boca do caixa.

Será que estou EXAGERANDO? Não sei. De qualquer modo, os lucros dos banqueiros brasileiros são EXAGERADOS também.

sábado, 17 de abril de 2010

LULA metido em ENCRENCA!

Lula tem adotado uma postura irritante perante a chamada “comunidade internacional”. Estou me referindo especificamente à defesa incisiva de Lula quanto ao programa nuclear do Irã, que oficialmente possui fins pacíficos. (Bom, é evidente que, em caráter oficial, o “sensato” presidente iraniano defenderá o viés pacífico do dito programa. “Nunca nessa vida”, Ahmadinejad afirmará que pretende construir uma bomba nuclear para lançá-la contra outro país, Israel, para simplesmente destruí-lo).

Evidentemente, Lula não está preocupado com a necessidade do Irã de ter um programa nuclear para (supostamente) atender suas demandas energéticas. O interesse é meramente comercial, pois o Brasil exporta urânio para o Irã. Pura mesquinharia, para dizer o mínimo.
O problema é que Ahmadinejad já propalou afirmações bombásticas, (com o perdão do trocadilho ridículo), tal como: “o holocausto não ocorreu”, ou algo parecido. Ahmadinejad já fez declarações ofensivas e mesmo ameaçadoras contra o estado de Israel.

Assim, digamos que o oriente médio não é a região mais pacífica e estável do mundo. Bem como Ahmadinejad não é a figura mais doce, sensata e comprometida com a paz no mundo. Porém, ao que parece, Lula acredita ser bonitinho defender perante as lentes de todo o mundo a legitimidade do programa nuclear iraniano.

Assim, registre-se um questionamento: Será que o Brasil precisa tanto vender urânio para o Irã? Será que se deixar de vender essa “matéria-prima”, o Brasil mergulhará numa crise econômica vultosa? E ainda: Vale a pena o risco? Pois daqui a algum tempo as TVs de todo o mundo poderão anunciar as imagens do Irã realizando testes nucleares, com bombas construídas com “urânio brasileiro”. Seria vergonhoso, no mínimo.

Assim, creio que não vale a pena vender urânio para o Irã. Para que? Não passa de estupidez.

....

Por outro ângulo, podemos perceber que o assunto é mais complexo do que parece. Vamos viajar um pouco: A ONU possui um conselho de segurança, com “poder” para impor resoluções a serem obedecidas pelos governos membros. O tal conselho possui 15 “estados-membros”, dos quais cinco são PERMANENTES e com PODER DE VETO, quais sejam: EUA, Rússia, Reino Unido, França e China.

Mas em primeiro: Apenas nove países do mundo possuem armas nucleares. Entre os nove, cinco fazem parte do conselho de segurança da ONU. Assim, os cinco países mais poderosos politicamente do mundo possuem arsenais nucleares.

Segundo: Evidente que os países que integram as cadeiras permanentes do conselho de segurança da ONU pretendem manter o considerável poder político que exercem sobre o mundo. E para muitos, impedir que outros países tenham arsenais nucleares é necessário para a manutenção do poder e influência política de apenas cinco países sobre o mundo.

Terceiro: Assim, cabe uma pergunta? Que MORAL possui países com “exuberantes” arsenais nucleares para impedir outros países de terem bombas nucleares? Na pratica afirmam: “Nós temos, mas vocês não podem ter”.

Portanto, sou forçado a concluir que é correta e legítima a preocupação do mundo quanto ao programa nuclear de Ahmadinejad, (preocupação não compartilhada pelo Lula). Mas não há qualquer órgão internacional, instituição, país, líder ou governo com moral para reprovar o programa nuclear iraniano.

ARAME FARPADO: Prudência de uma sociedade ACUADA.

Resolvi na volta do meu trabalho realmente abençoado, atentar para o que me cercava. E algo interessante, que passa invisível para muitos, encontrou meu olhar: Percebi uma área da Aeronáutica com arame farpado nas extremidades de seu muro. E percebi também que tal apetrecho de segurança havia sido instalado não há muito tempo. Assim, fui forçado a uma conclusão lógica: Com medo da ação de criminosos, a área militar resolveu instalar o tal arame farpado. Não vejo nada de errado na decisão. Isso é prudência.

Mas se as forças armadas temem a ação de criminosos, imagine a, digamos, população civil?

Eu insisto: Não há nada de errado na decisão quanto ao equipamento de segurança. Mas há algo de muito errado em uma sociedade cujos quartéis precisam reforçar a segurança com arames farpados.

Informações... materiais publicitários... consumo... tecnologia... excesso... degradação... para que?

Fui forçado a perceber a quantidade de material publicitário que nos cerca, em todos os "canais". São painéis nas ruas, presos nas fachadas de prédios, pontos de ônibus, letreiros, TV, jornais, revistas, internet, orkut... elementos abarrotados de propaganda.

Assim, se pararmos para "filosofar", podemos constatar que em praticamente todos os dias recebemos material publicitário. Por exemplo, abrimos o orkut, e lá está a oferta de mp11 com tv, mp15, celulares com mp17(!!!) e o escambau.

Mas em primeiro: Somos capazes de assimilar tanta informação? Tantos produtos sendo "sugeridos" para nosso consumo? Para que tantas matérias publicitárias jogadas em nossas mentes? E isso por um acaso possui algum efeito bom para nossas pessoas, alguma utilidade?

Em segundo: Somos capazes de escolher o que é melhor para a gente? Temos muita informação, mas temos informação de qualidade acerca do que nos é oferecido? O processo de fabricação dos produtos expostos nas vitrines cumpriu a lei? Cumpriu a mínimos e elementares valores morais e humanos? (Pois não sabemos ao certo se o tênis de nossos pés foi fabricado por mãos de crianças, ou por trabalho escravo).

Em terceiro: Nunca a sociedade consumiu tanto. Mas não podemos dizer que a sociedade é mais feliz, vive com mais qualidade de vida, é mais humana. Nunca tivemos tanto a nossa disposição. Por outro lado, somos acometido por estresse, (doença por muitos elevada ao status de mal dos novos tempos), depressões, suicídios... Temos muito a nossa disposição, insisto. Mas esse "muito", esse excesso escabroso e escandaloso não resolve nossos problemas mais elementares e mais importantes. Então, para que tanto consumo? Para que tantos produtos? Vejamos: Não sou contra o consumo, pelo contrário. Mas sou contra o EXCESSO. Não sou contra as maravilhas fabricadas ao "nosso favor", mas sou contra colocá-las como centro de nossas vidas, uma vez que tais tecnologias e confortos deveriam ser apenas, APENAS, complementares.

Em quarto: Muitos esquecem que vivemos em uma bola chamada terra. E a terra não é capaz de "suportar" a tanta produção, a tanto consumo e a tanto lixo.

Então, registre-se o seguinte questionamento: Para que tantos produtos, que não resolvem nossos problemas e ainda cria outro, a degradação da nossa casa e a de nossos descendentes?

Bom, destaque-se por fim que o centro de minha vida é Jesus. E que o consumo seja, no máximo, complementar.