terça-feira, 1 de junho de 2010

Repercusão de um certo blogueiro da editora Abril quanto aos assassinatos em frota no mediterrâneo.‏

(No detalhe acima, jornal que defende truculenta ação israelense é elogiado por blogueiro do Veja).
Inacreditável.


É a palavra que uso para definir texto publicado na revista Veja, obra de um Reinaldo Azevedo, sobre o ataque israelense a frota de navios que rumavam para Gaza.

Reinaldo desqualificou a frota, questionou seu viés pacífico, e criticou diretamente Celso Amorim por ter manifestado, em nota de protesto, repúdio ao episódio.
Elegi alguns trechos para tecer comentário. Eis o primeiro:

“Celso Amorim se acostumou a falar a parvos. Por que ele não explica que princípio do direito internacional autoriza que um bloqueio seja furado por “entidades internacionais”, sejam elas quais forem?”

Caro Reinaldo Azevedo. Em primeiro: A intervenção (violenta) perpetrada contra a frota ocorreu em águas internacionais. Em segundo: Mesmo que um bloqueio legal e legítimo, (algo difícil de imaginar), fosse furado, o que justificaria uma ação que produz dezenas de mortes? A truculência seria a única ação possível e inevitável?
“Mais: Israel já havia deixado claro que não permitiria a chegada da tal flotilha “da liberdade” (!?!?!?!) a Gaza.”
E o que dá a Israel o direito de IMPEDIR que qualquer barco aporte em Gaza?

“Reitero: ajuda humanitária organizada por Bülent Yildirim não passa de piada macabra, e o fim não poderia ser outro. Divulguei o filme da abordagem. Vejam lá, logo nos primeiros segundos, um grupo de “pacifistas”, como chama Amorim, jogando um soldado israelense do convés de cima para o debaixo. A intenção, obviamente, era matá-lo. Em nome da liberdade.”

Eu não sei se queriam matar o pobre soldado que entrou ARMADO no navio. Mas que reação se espera de pessoas que viajam em um barco que é invadido por soldados?

“Israel havia advertido há mais de uma semana que não permitiria que as embarcações chegassem a Gaza. Na abordagem, tentou convencer os militantes a mudar de rumo. Tudo em vão. Se a intenção era matar gente, poderiam tê-lo feito do alto, atirando do helicópero. Como as imagens deixam claro, os soldados são atacados pela turba quando descem no convés. E reagiram como… soldados. Alguma surpresa nisso?”

Aí eu concordo. Não há surpresa na ‘reação’ dos soldados. (Com o perdão das aspas). A quem ainda surpreende a violência praticada por Israel?
E finalmente, a triunfal conclusão:

“Era o que queriam Yildirim e o Hamas? Possivelmente, sim! Nem por isso Israel deveria deixar de fazer o que tinha de ser feito: impedir a flotilha furar o bloqueio. É simples e complexo assim.”

Ao que parece, Reinaldo Azevedo concorda com a manutenção do bloqueio imposto contra Gaza. Israel não pode deixar de fazer o que deve ser feito: Manter a população de Gaza, 1,5 milhões de pessoas, carecerem de remédios, água potável e alimentos. Para Azevedo, é simples e complexo assim.
Inacreditável, repito.

Abaixo, segue link da obra de arte:

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