quinta-feira, 29 de abril de 2010

H1N1 + TWITTER + GRANDE IMPRENSA = CONFUSÃO


Cada indivíduo deveria tomar a vacina contra a nova gripe, fornecida pelo governo, por dois motivos: Prudência e senso de coletividade. Prudência por que a vacina evita que o indivíduo adoeça pela doença em questão. Senso de coletividade por que o individuo "infectado" pode disseminar a doença para seus entes queridos, bem como pessoas desconhecidas, com conseqüências potencialmente trágicas.

De qualquer modo, no Brasil e no mundo, centenas morreram. E o governo não está promovendo uma campanha de vacinação pelo prazer de furar o braço esquerdo das pessoas.

De inicio, pretendo comentar a atuação das chamadas novas mídias no contexto da campanha de vacinação. Então vamos:.

A OMS manifestou sua preocupação e descontentamento quanto à atuação das novas mídias, (por exemplo o Twitter), referente ao combate da gripe H1N1. Críticas e especulações estariam atrapalhando os esforços dos governos do mundo ante a difícil tarefa de convencer as pessoas a tomarem as vacinas.


E anida, no dia 29/04/2010, uma colega minha afirmou que um amigo decidiu não tomar a vacina. Isso em razão de um e-mail que “denuncia” a existência de uma substância química na composição da vacina que seria prejudicial a saúde.

Boataria!

Besteira!

Assim, questionei o porquê das pessoas não acreditarem na necessidade de tomar a vacina. Questionei o porquê das pessoas acreditarem tanto em qualquer e-mail. Questionei o porquê das pessoas não acreditarem na campanha do governo e na opinião manifestada por especialistas na grande imprensa.

Ocorre que horas depois, dentro do ônibus, como num estalo, cheguei a uma conclusão: No fundo, o "povo" não vê mais a devida credibilidade da grande imprensa. Mais fácil é acreditar que os e-mails estão corretos. Mais fácil é acreditar que as informações do Twitter são verdadeiras. Afinal, internalizou-se a “verdade” de que a Rede Globo é “manipuladora” e os jornais são mentirosos.

(Para o bem da boa explicação, ressalte-se que eu acredito piamente que a Rede Globo, de tempos em tempos, adota práticas sutis e habilidosas para influenciar a opinião pública).

Por outro lado, na chamada nova mídia, existem muitos irresponsáveis, muitos ignorantes, e muitos tumultuadores.

E PORQUE AS PESSOAS ESTÃO ADERINDO COM TANTO ÂNIMO À NOVA MÍDIA? POR QUE AS PESSOAS ESTÃO ACREDITANDO EM INFORMAÇÕES DISSEMINADAS POR E-MAILS, PELO TWITTER E ETC?

Bom, a pergunta acima eu pretendo tentar responder daqui a pouco.

Ocorre que a imprensa deveria servir ao interesse da coletividade. Deveria ter utilidade pública. Suas informações deveriam ser honestas e sinceras.

Porém, a grande imprensa obedece aos interesse dos seus acionistas. A grande mídia serve a interesses políticos, a partidos e a bandeiras. E freqüentemente aqueles interesses são exercidos habilidosa e sutilmente.

Muitos cresceram assistindo e recebendo a influência da imprensa sobre a própria opinião e consciência. Isso teve resultado. Agora, as pessoas tendem a acionar o “desconfiometro” sempre que estão diante de uma matéria jornalística. Historicamente, a imprensa brasileira não respeitou a opinião e consciência do público. E agora, o público não respeita a imprensa.

ASSIM, INCONSCIENTEMENTE, EM TEMPOS DE TWITTER, ORKUT E E-MAILS, AS PESSOAS BUSCAM REFÚGIO EM NOVAS FONTES DE INFORMAÇÃO. E ISSO, EM PARTE, RESPONDE A PERGUNTA FEITA MAIS ACIMA. EM OUTRAS PALAVRAS, AS MÍDIAS NOVAS REPRESENTAM UMA OPÇÃO PARA CUMPRIR O PAPEL DE INFORMAR COM HONESTIDADE. PAPEL NÃO CUMPRIDO PELA GRANDE IMPRENSA.

(Com dificuldade, tento relacionar a ingrata tarefa do governo de obter a adesão do povo quanto à vacinação com a falta de credibilidade da grande imprensa, alimentada por anos de jornalismo parcial e tendencioso. E ainda, essa falta de credibilidade leva as pessoas a abraçarem as novas mídias, sem o mínimo de pensamento crítico e ainda com muita ingenuidade).

Mas qualquer pessoa pode enviar e-mails, pode “orkutar”, pode “Twittar”. Assim, as informações emanadas nesses novos canais refletirão cabeças responsáveis e sensatas, bem como boateiros e irresponsáveis. Então, precisamos ter cuidado, ao ler qualquer material da internet e das novas mídias.

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